"Quando os homens começaram a se multiplicar na terra e lhes nasceram filhas, os seres divinos viram quão belas eram as filhas dos homens e tomaram esposas dentre aquelas que os agradavam. Foi então, e também depois, que os Nephilim apareceram sobre a terra – quando os seres divinos coabitaram com as filhas dos homens, as quais lhes deram filhos. Eles foram os heróis de antigamente, os homens de renome.” (Gêneses 6.2-4 – de uma tradução Judaica da Torah)
Naqueles Dias
Nephilim do hebraico
נפיל n ̂ephiyl ou
נפל n ̂ephil ou (plural)
נפלים e procedente da raiz
נפל naphal, que significa
“cair, deitar, ser lançado ao chão, falhar”. Então Nephilim significa
“caídos”, por vezes é traduzida como
“gigante” porque a palavra Grega para Nephilim é “gigantes”. Quem eles eram depende em grande parte de como se interpreta a passagem acima.
Existem três escolas de pensamento a respeito:
1) A frase
“filhos de Deus” se refere a realeza, explicando que os reis eram freqüentemente considerados como deuses por seus súditos. De acordo com esta visão, esses reis saíram por seus reinos catando todas as mulheres belas e as colocavam em haréns para o seu próprio prazer pessoal. De acordo com esta abordagem os “filhos de Deus” eram os nobres, aristocratas e reis.
Estes nobres eram déspotas ambiciosos que cobiçavam poder e riquezas, e desejaram tornar-se “homens de renome” ou seja, célebres. Seu pecado não foi o casamento misto entre dois grupos , ou entre dois mundos (anjos e homens), ou entre duas comunidades religiosas (descendentes de Sete e de Caim), ou de duas classes sociais (plebe e realeza) – mas esse pecado foi a poligamia. Era o mesmo tipo de pecado que Lameque, o descendente de Caim, praticava, o pecado da poligamia, particularmente expresso na forma de um harém, instituição característica das cortes dos déspotas do Antigo Oriente Médio. Neste tipo de transgressão, os “filhos de Deus” com freqüência violavam a responsabilidade sagrada de suas funções como guardiães das ordenanças gerais de Deus para a conduta humana
2) Os
“filhos de Deus” se referem à linhagem de Sete, o terceiro filho de Adão e Eva que permaneceu fiel a Deus, enquanto
“filhas dos homens” se referem à mulheres descendentes do primeiro filho, Caim, a linhagem rebelde. Esta interpretação apareceu por volta de 400 AD e foi o primeiro desafio à visão de
“anjos” que a maioria tanto de Judeus quanto de Cristãos defendiam antes daquele tempo. Atualmente alguns estudiosos proeminentes ainda ensinam esta visão.
Não há consenso claro sobre como surgiu essa visão, mas o Século V parece ser o ponto de acordo quanto ao tempo. Alguns dizem que foi porque a Igreja estava se afastando da crença no sobrenatural em 400 AD, enquanto outros dizem que a adoração dos anjos estava se tornando mais popular naquele tempo. Ambos os pontos de vista concluem que a visão de “anjos” se tornara um embaraço na Igreja, então uma interpretação alternativa foi procurada: os “Nefilins” são os homens ímpios e violentos que foram gerados pela união entre os Cainitas com os Piedosos Setitas.
Agostinho de Hipona (354-430 DC) teria decidido essa questão e encerrado a discussão dos anjos caídos entendendo que Gênesis 6 tratava-se da união da linhagem “piedosa” de Sete com a vil linhagem de Caim, dada a força da igreja em suprimir o que lhe interessava na época, a teoria da linhagem piedosa de Sete acabou prevalecendo.
3) E isso traz à terceira interpretação, ao qual o relato Bíblico deve ser tomado literalmente e não alegoricamente. A frase
“filhos de Deus” se refere a anjos, ainda que desobedientes, chamados de seres divinos (na traduçao Hebraica acima) que tomaram a forma humana e entraram em união sexual com mulheres humanas. Seus descendentes foram os Nephilim, ou caídos, seres enormes e poderosos que devem na verdade ter dominado o mundo antediluviano.
Os estudiosos que rejeitam esta opinião prontamente reconhecem o fato de que o termo preciso é claramente definido na Escritura. A razão para rejeitar a interpretação dos anjos caídos é que tal opinião é tida como uma afronta à razão e às Escrituras. Alegam que a principal passagem problemática é aquela encontrada no Evangelho de Mateus, onde Jesus disse:
“Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus. Porque, na ressurreição, nem casam, nem se dão em casamento; são, porém, como os anjos no céu.” (Mt. 22:29-30).
A alegação é que Jesus disse que os anjos não têm sexo, mas, isto é mesmo verdade? Jesus comparou os homens no céu aos anjos no céu. Não é dito nem que homens nem que os anjos sejam sem sexo no céu, mas que no céu não haverá casamento.